São Pedro pescou garoupa e sargo
no parcel do Mar Virado,
consertou os pescados
e pediu para Vovó Eugênia
fazer o azul-marinho.
E com ela aprendeu
que se deve temperar o peixe
com limão cravo,
pimenta e coentro bravo.
Mandou um dos meninos
buscar uma garrafa de vinho
no armazém do Tio Maneco,
abençoou aquele queima-tripas
e o transmutou em vin du paradis.
Comeu e bebeu como um santo,
depois se estendeu na esteira,
na areia da praia,
à sombra da amendoeira
e dormiu o sono dos justos,
até o sol descambar
detrás da Serra do Mar.
Na despedida apreciou
café com garapa,
peixe frito com farinha
e, antes do canto do bacurau,
desapareceu
em uma singularidade
espaço-temporal.
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