quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Para Hélio Rosa de Miranda










Hélio, fazendo jus ao nome,
faz girar à sua volta
um universo de pessoas que fazem  literatura
na teoria ou na prática, na escrita ou na ação.
É um idealista do livro de cada dia  na mesa,
tal qual deve haver o necessário pão.
Quando ele anda sumido, creiam,
é porque perdeu-se nas páginas dos livros,
por isso já foi visto em Cordisburgo,
Pasárgada, Itabira ou Samarcanda.
Por caminharmos juntos um pedaço da estrada,
receba  lá um abraço, Hélio Rosa de Miranda.


sábado, 16 de novembro de 2019

Poemas caiçaras

 
 Meus amigos, minhas amigas, quase 50.000 pessoas visualizaram meu blog de poemas. Confiram, acessem barbatuba.blogspot.com.br, leiam e deixem seus comentários no próprio blog. Reparem que a maioria são de outros países, sendo que 403 são de região desconhecida (será que são aliens?)
 
 
EntradaVisualizações de páginas
Estados Unidos 
28383
Brasil
13980
França
1678
Alemanha
872
Ucrânia
841
Portugal
476
Região desconhecida
403
Polônia
277
Rússia
181
Reino Unido
90

domingo, 10 de novembro de 2019

Vida preciosa




Eu vivi e dou testemunho
que nas praias de Ubatuba
tinham recifes rochosos
com muitos peixes, algas,
corais, crustáceos e moluscos.
Em todas as barras de rios
tinham manguezais
onde entravam tainhas, paratis
e robalos para fazer a procriação.
Era o tempo em que
os caiçaras plantavam na terra
e colhiam no Atlântico
e até nas areias tinha muita vida
com moluscos e caranguejos.
Ah, se eu pudesse prever o futuro,
quando eu morava pertinho do mar,
quebraria o relógio, rasgava o calendário
e faria o tempo parar.

Assim no sertão como no litoral












Foi por causa do trator que lhe tirou o emprego
que o moço do interior desceu a Serra do Mar
e chegou de viagem no fim do dia muito cansado.
À noite espiou o céu estrelado,
o mesmo céu já conhecido do sertão
com o Cruzeiro do Sul
servindo de relógio das estações, fim do verão.
E isso o deixou muito sereno.
No dia seguinte, costume não se perde,
logo cedo o capiau estava,
diante do mar, muito admirado,
vendo, conforme as horas avançavam,
as mesmas estrelas do céu
que começam a chegar,
desfilar e tomar lugar na praia.
E sua serenidade aumentou ainda mais,
no sertão ou litoral, a velha poesia não falha.





sábado, 9 de novembro de 2019

Foto antiga



Casa, quintal, roseiras
e crianças de pés descalços,
em uma foto tão antiga
que nem faço ideia,
acho que bem anterior
à divisão da Pangeia.

Vazios do tempo



Vontade imensa de acordar,
olhar o mundo e ver
mais rostos familiares,
mais pessoas nas capelas,
mais pássaros no céu,
mais peixes no mar,
mais crianças brincando nas ruas,
mais poesias, músicas e epopeias
mais matas e mais bichos
gritando onomatopeias.



segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Evolução?


Meu parente estava lá
quando acabou-se a Era do Gelo
em águas que foram engrossando
em córregos,  riachos, ribeirões, rios
e dilúvio que acabou com o mundo,
a mega fauna do pleistoceno extinguiu-se
e o mais frágil dos seres
ficou jururu no alto dos montes,
esperando a água baixar
para começar a cavar a terra
e inventar a agricultura
ao plantar trigo, arroz, cevada,
junto plantou, por consequência, a primeira cidade,
que fez nascer a desigualdade,
pobreza, riqueza, ralé, realeza.
Meu parente estava lá
vendo os homens ficarem poderosos,
as guerras mais frequentes e cruéis,
sujando os rios Tigre, Eufrates, Nilo
e o Mar, cada vem mais, Vermelho de sangue.
E o morticínio se sucedeu
de um império dominando outro,
para ser derrubado pelo seguinte:
Babilônia, Egito, Pérsia,
Síria, Fenícia, Grécia,
Roma, Arábia, Turquia,
Espanha, Grã-Bretanha, Tio Sam...
E as armas cada vez mais mortais,
bordunas e tacapes, lanças e flechas,
bestas e alabardas, trabucos e catapultas,
carabinas e espingardas, bombardas e canhões,
metralhadoras e fuzis, tanques e aviões,
raios laser e bombas atômicas
made in Rússia, Coreia do Norte, USA...
Meu parente estava lá,
mas pensando em partir para longe, far, far away.










domingo, 3 de novembro de 2019

Festa da tainha



No morro da espia
ficava alguém de boa vista
a olhar o horizonte
à espera dos sinais das tainhas,
que não tinham hora para chegar.
Caiçara nenhum ia trabalhar na roça,
nada de namorar,
todos ficavam de prontidão
à espera do toque do búzio
para lançar a rede ao mar
e começar a labuta
de remar a canoa,
de cercar o peixe,
de puxar os cabos,
de sentir o peso do cardume
de trabalhar e festejar,
na época em que os pescadores,
vizinhos ao paraíso,
viviam na orla do mar.








sábado, 2 de novembro de 2019

Lula Livre!





É minha irmã, é meu irmão
quem abraçou o humilhado,
quem alimentou o faminto,
quem salvou a vida frágil,
quem desdenhou o perigo,
quem enxugou o rosto
de Nosso Senhor Jesus,
quem foi supliciado em defesa
da floresta amazônica,
quem foi mártir por causa da justiça,
quem salvou refugiados das guerras,
quem não se curvou a Herodes
e quem não se deixou intimidar
pelo ditador militar.