As camadas mais antigas
do sambaqui lá de casa
têm ossos de peixes,
pontas de flechas,
conchas de moluscos,
restos de cerâmica,
carapaças de tartarugas,
uma tíbia aqui,
um fêmur acolá.
Depois apareceram
elmo de pero,
dentes de perro,
bala de canhão,
perneiras de couro,
baú de latão
e mapa do tesouro.
No meio têm
moinho de café,
caixa de rapé,
bilhas de cachaça,
cuia de cabaça,
um pavilhão
verde-amarelo.
Logo após vieram
válvulas de rádio,
revista manchete,
manteiga viação,
queijo do reino,
vinho do Porto,
azeite português,
ovo de indez
e, assim, era uma vez.
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