domingo, 11 de novembro de 2018

Rio Acaraú


Continuam vivas as águas do rio da memória,
e os vistosos acarás, os cardumes de piabas,
os teimosos guaru-guarus, os pitus...
E tem festa às suas margens
com os socós, os jabutis, os sapos
que logo se calam
quando chegam as crianças caiçaras
para pular no rio, fazer algazarra,
assustar a jaguatirica, espantar o jundiá...
O rio da memória continua lindo,
mas o Rio Acaraú, onde foi parar?




sábado, 3 de novembro de 2018

Santo guapuruvu




Alguém que alcança a santidade
é, tipo, uma árvore guapuruvu,
raízes em comunhão com a terra,
abrigo para os passarinhos,
com bons arbóreos sentimentos,
fazendo sombra ao sol,
bailando a dança dos ventos,
de madeiro ótimo para fazer canoa,
fazendo a fotossíntese,
limpando a poluição do ar,
tão generosa, que, ao morrer,
sua alma merece o mar.




Salve o jundu, salve o mundo.

Fui espiar a praia depois da ressaca do mar
e deu para notar que os estragos foram maiores
onde já não existe mais a vegetação do jundu
e as ondas solaparam muros e quiosques
e algumas casas estão por cair.
Mas que ideia louca a dos homens
que destroem as plantas que Deus plantou
para o Oceano saber até onde pode ir.