domingo, 18 de maio de 2014

Crônica poética


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Meu avô tinha um bananal
que carregava um caminhão por mês
para ser levado para os santistas
e outras almas famintas.
Meu avô tinha uma casa de farinha
que na colheita da mandioca
forneava uma barrica mais o excedente
pra vender para o comércio
e a preços módicos para quem era parente.
Nos meses frios,
meu avô marinava um cardume de tainhas
em salmoura durante cinco dias,
para depois secá-las ao sol
e vendê-las no atacado
ao Miguel Cabral, dono de armazém,
de um jipe da 2ª Guerra
e de uma garrucha de espantar assombração,
mas essa é assunto para poesia
em outra ocasião.

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