domingo, 27 de abril de 2014

Poesia


Cachoeira do céu
Na casa de meu avô
quem sempre nos deu
a água de beber
é uma cachoeirinha
que brota de uma grota
entre pedras, raízes e caetês,
que alimenta um córrego
de guarus, cobras d’água e pitus.
Uma queda d’água tão bonitinha,
com um rumorejar tão baixinho,
parecendo que foi feita por Deus,
quando ainda era menino.
Recordação
Eu me lembro
de uma cozinha
com mesa e bancos
pra reunir a família,
pra contar histórias,
pra jogar dominó,
pra bebericar um café
feito no fogão a lenha
e as telhas,
e os caibros,
e as ripas,
e as lembranças,
cheios de picumã.
O meio natural
Chapéu de fibra de bananeira,
balaio de cipó timbopeva,
barquinho de caixeta,
covo de taquara,
esteira de taboa,
corda da entrecasca da embaúba,
canoa de timbuíba,
casa de pau-a-pique,
teto de sapé,
fogo de tacuruba,
flechas da haste do ubá,
ubá de Ubatuba.

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