sábado, 4 de abril de 2020

Parada obrigatória













A correria era tão grande,
casa-condução-trabalho-condução-casa,
que não nos importávamos com o corpo,
muito menos com a alma,
não tínhamos tempo para a família,
nem para sentir saudades,
já não dormíamos, apagávamo-nos.
E de tanto nos apagar
o corpo foi dando sinais,
o brilho dos olhos a falhar,
os ossos e músculos a doer,
o coração a disritmar,
o pulmão com muita tosse...
Isso é poesia? Antes fosse.


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