A árvore (genealógica) lá de casa
era uma jabuticabeira
que abria seus muitos ramos
para abrigar, também,
o cego Doquinha que tocava violão
como quem escreve um poema,
o Mané Bento que sempre aparecia pra filar um almoço
e desaparecia quando se falava em serviço,
e, ainda, um ou outro passarinho
que se achegasse aos nossos galhos.
Mas o mundo ficou tão árido,
as árvores tão mirradas,
igual, na terra da seca, a aroeira...
onde vão se abrigar, hoje em dia,
as pessoas sem eira nem beira?
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