Um certo Antonio, vai vendo só, botou calça de brim,
calçou sapato lustroso, espargiu água de cheiro
e partiu para ver Francisca que mora na margem oposta do rio.
No caminho, vai vendo só, parou para beber um tira-vergonha,
abre-coração, abrideira, a-do-ó, água-de-cana,
água-lisa, água-pra-tudo, água-que-passarinho-não-bebe,
aguardente, amarelinha, amorosa, apaga-tristeza,
aquelazinha, aquela-que-matou-o-guarda, arrebenta-peito,
assovio-de-cobra, bafo-de- onça, bagaceira, baronesa,
bataclã, bichinha, birinaite, birita, boa-pra-tudo, braba,
branquinha, brasileirinha, café-branco, caiana, calibrina,
camarada, cana, caninha, capote-de-pobre, catinguenta,
cauim, chá-de-cana, chambirra, chica-boa, chora-menina,
cura-tudo, danadinha, dengosa, desmanchada, doidinha,
dona-branca, dormideira, engasga-gato, espiridina,
esquenta-peito, filha-do-engenho, fogosa, forra-peito,
garapa-doida, goró, grogue, guampa, iaiá-me-sacode,
jinjibirra, jurupinga, maçaranduba, malvada, mamadeira,
mangaba, marafa, mata-o-bicho, mé, óleo-de-cana,
parati, péla-goela, perigosa, pinga, purinha, remédio,
saideira, suor-de-alambique, talagada, teimosa, tiguara,
tira-teima, três-tombos, ou seja, a venenosa.
Depois, muito corajoso, saiu porta afora do bar
com as melhores das intenções,
mas não houve jeito de cruzar a pinguela
para o outro lado do rio, vai vendo só.
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