segunda-feira, 27 de abril de 2015

Licença para fazer poesias

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Não se admire de eu fazer versos,
de construir castelos nas nuvens,
rimar aglio e olio,
desdenhar o mapa do tesouro
com uma fortuna em chaves de ouro,
casar o mar com a serra,
construir uma nave de letras
para escapar da dureza da terra,
trocar a noite pelo dia,
pensar com ritmo e melodia,
dividir o coração
em partes bem equilibradas
para as pessoas amadas,
fazer soneto um dia, noutro perder a métrica,
inventar o que esqueci e esquecer o que machuca:
pra tudo isso tenho licença poética.

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